Devaneios muito (ou) pouco sérios
Que puta de razão
tenho eu para respirar?
Cada passo, cada respiro
são laminas e veneno
que me cortam e matam
lentamente.
Quero a morte.
Vivo por agradar.
Sim sou mais uma
criatura mesquinha
que vive por outros.
Sem medos próprios
marcho lentamente
o meu ritmo, sou um eu
fantasticamente reprogramado.
Sou um desastre um protótipo
mal arquitectado, sou exactamente
o oposto dos ideais dos meus criadores.
Sou na realidade a junção de tudo
o que repugnam.
E se vivo como uma
espécie de continuação do legado
mas não o reclamo,
porquê existir?
As noites afastam os demónios,
as sombras do exterior
mas confinam-me às sombras de mim.
Não sei o que será pior.
Espécie de dança na corda bamba
que a faca teima em não cortar
e os tambores redondos soam
sob as estrelas longínquas.
O homem sonha
e eu devaneio,
deixo correr mentiras
que contentam a mulher.
Qual a maior dor?
Quais os que merecem a morte?
Será esse prémio
demasiado doce
para ser por mim reclamado?
Eu não sou constante
como o bombear do sangue,
sou um desastre sem ordem.
Sou caos e desordem.
Sou malificiência,
sou saliva, ar e sangue.
Quero ser morte.
![](http://25.media.tumblr.com/tumblr_m9bj7bio541ql4nbuo1_500.jpg)
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