sábado, 25 de agosto de 2012

devaneios...do tumblr


Devaneios muito (ou) pouco sérios
Que puta de razão
tenho eu para respirar?
Cada passo, cada respiro
são laminas e veneno
que me cortam e matam
lentamente.

Quero a morte.
Vivo por agradar.
Sim sou mais uma
criatura mesquinha
que vive por outros.

Sem medos próprios
marcho lentamente
o meu ritmo, sou um eu
fantasticamente reprogramado.

Sou um desastre um protótipo
mal arquitectado, sou exactamente
o oposto dos ideais dos meus criadores.
Sou na realidade a junção de tudo
o que repugnam.

E se vivo como uma
espécie de continuação do legado
mas não o reclamo,
porquê existir?

As noites afastam os demónios,
as sombras do exterior
mas confinam-me às sombras de mim.

Não sei o que será pior.

Espécie de dança na corda bamba
que a faca teima em não cortar
e os tambores redondos soam
sob as estrelas longínquas.

O homem sonha
e eu devaneio,
deixo correr mentiras
que contentam a mulher.

Qual a maior dor?


Quais os que merecem a morte? 
Será esse prémio 
demasiado doce 
para ser por mim reclamado?

Eu não sou constante
como o bombear do sangue,
sou um desastre sem ordem.
Sou caos e desordem.

Sou malificiência,
sou saliva, ar e sangue.
Quero ser morte.

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